100 anos de Diagrama H-R.! Saiba tudo sobre ele, e até como usar.!

03-08-2011 19:57

 Conhecido como âncora da astronomia moderna, assim como a tabela periódica é para a química, o Diagrama Hertzsprung-Russell é um gráfico simples que relaciona 5 pontos de estrelas observáveis: Luminosidade Visual ( em Unidades Solares e em Magnitudes Absolutas ), Temperatura Superficial, Tipo Espectrais e “Momento de Vida ou Ciclo”. Mas no inicio, quando ele foi montado por Ejnar Hertzsprung, ele só relacionava duas coisas, a Luminosidade Visual e a Coloração de cada estrela. Mas, Hertzsprung era um desconhecido, já Russell não, e ao ver o trabalho de Hertzsprung, um astrônomo amador, ele republicou o diagrama estipulando “Diagrama Russell- Hertzsprung” e depois de Diagrama Hertzsprung-Russell. Na época que ele foi projetado, a 100 anos atrás, não se sabia o que a Luminosidade e a Cor significava verdadeiramente. E depois o diagrama foi estudado mais e mais vezes e se percebeu algumas características do diagrama. Como que havia uma grande concentração de estrelas que cruzam o diagrama na diagonal, como que se percebeu também que naquela época quase não tinham estrelas abaixo dessa concentração. E com o passar do tempo, com novas pesquisas e observações se acrescentaram outras características no diagrama, e também perceberam que era impossível colocar todas as estrelas em um só diagrama.

Ejnar Hertzsprung


Como Usar

O Diagrama é bem mais simples do que se imagina, para tentar entendermos melhor, eu vou usar esse que vem na Revista SCIENTIFIC AMERICAM BRASIL do mês de agosto/11.


 

Como podemos perceber as estrelas estão postas em locais que cruzam cinco informações diferentes: Na parte superior vemos os tipos espectrais que é baseado na cor, temperatura e na quantidade de massa da estrela.




Na parte lateral esquerda vemos a Luminosidade Visual em Unidades Solares, ou seja, o quão a estrela brilha em relação com o Sol. E se prestar atenção iremos ver uma linha que parte do 1 e corta o diagrama, além de passar em cima do Sol. Então entendemos assim, se para nós o Sol brilha com uma unidade 1 as que estão para cima brilharam tantas vezes mais e as que estão abaixo tantas vezes menos. Se olhamos para Eta Carinae, sozinha na parte superior esquerda, vamos ver que ela brilha 1.000.000 vezes mais que o nosso Solzinho. E assim por diante



Na parte lateral direita vamos ver a Luminosidade Visual em Magnitude Absoluta, que é o cálculo da Magnitude desprezado a distância da estrela até nós. Ou seja, é o cálculo da magnitude normal, só que se estivéssemos a 10 parsecs ou a 32,616 anos-luz da estrela estudada. E assim com todas as estrelas.



Na parte inferior a Temperatura Superficial, ou seja, a temperatura da superfície da estrela. Na escala sempre em Kelvins e se prestarem atenção verão que quanto mais quente a estrela, mais azulada ela é, e mais maciça também.!



E por último, as estrelas estão agrupadas em grupos de Tamanho e no Momento ou Fase do Ciclo Estelar em grupos. As estrelas não ficam no mesmo lugar o tempo todo, elas mudam de lugar conforme envelhecem. As estrelas perto do Sol saem da Sequência Principal e entram para o campo das Gigantes, e depois caem para as Anãs Brancas. Já as mais maciças entram na região das Super Gigantes. Mas existe um erro ao achar que as estrelas nascem no espectro O e caem para o M e depois migram para as Gigantes e Super Gigantes. Isso não acontece.!


Características de grupos especiais


No Diagrama não aparecem as estrelas Hiper Gigantes. Isso porque ela está dentro da Sequência Principal. Ao contrário do que se imagina, Hiper Gigantes não são estrelas maiores que as Super Gigantes, elas são as estrelas mais maciças que ainda estão na Sequência Principal. É um grupo bem especial e por isso não se encontra detalhado no diagrama, mas podem ser facilmente identificadas. São estrelas do tipo espectral O, que estão dentro da diagonal da Sequência Principal, possui temperaturas perto dos 50.000 Kelvins e Magnitudes abaixo dos -5, são as estrelas localizadas no canto superior esquerdo. A estrela mais maciça do Diagrama é a R136A1 que, quando nasceu, tinha nada menos que 360 massas solares.!



Outro grupo que não aparece é o grupo das Anãs Marrons, que são estrelas que não possuíam massa suficiente para começar a fazer a fusão do Hidrogênio e gerar luz como todas as outras, e ao contrário do Hidrogênio, elas fundem metais alternativos, como o Deutério. Elas nem aparecem nesse Diagrama por estarem bem mais abaixo da Sequência Principal no canto inferior direito, com magnitudes acima dos +20 e com tipo espectrais mais baixos que o M, são eles o L e o T. Elas são um desafio para a astronomia por serem “mortas” é quase impossível se detectar uma a poucos anos-luz. Mas um exemplo de Anã Marrom é a LP 944-20.!
E por último, as Estrelas Variantes que liberam grandes quantidades de matéria ao se redor e as absorve depois, fazendo terem uma variação de massa e luminosidade muito alta em pouco espaço de tempo, tem umas que variam 2 magnitudes em menos de um mês, e outras que variam mais de 5 magnitudes em 150 anos terrestres. E por esse motivo elas não são classificadas no Diagrama, e quando é preciso analisá-las por causa de uma região eles utilizam não apenas um diagrama, mas vários, para se perceber e constatar a variação delas.!
 

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