A importância dos Aglomerados Globulares para a Via Láctea

09-04-2012 14:42


   Os aglomerados globulares são objetos muito atraentes no céu noturno, tanto para astrônomos profissionais, quanto para amantes do universo. Poucos sabem o quão eles são importantes para solucionar mistérios da nossa própria Via Láctea, como também de outras galáxias. Esses enxames de estrelas ocupando um espaço mínimo nos dá respostas quanto a idade ativa da nossa galáxia e do poder que ela exerce na sua vizinhança.
   Eles, de forma geral, são núcleos de outras galáxias que a nossa Via Láctea engoliu a bilhões, ou milhões de anos atrás. Pode não parecer, mas nossa majestosa galáxia é uma devoradora de outras galáxias menores. E não só isso, além de engolirem-nas, ela ainda as distorce, estica, separa e destrói antigas formações.
   Ao agregar essas galáxias demos datas de quanto tempo a antiga galáxia possui ao observarmos seu núcleo, e assim podemos saber, aproximadamente, a quanto tempo nossa galáxia estava ativa e exercendo influência na sua vizinhança. Além disto, podemos descobrir quantas galáxias aqui existiam, contando não só os aglomerados da Via Láctea, mas como também de outras galáxias do Grupo Local com a Galáxia de Andrômeda e a Galáxia do Cata-Vento.
   Mas não é só isso, certos aglomerados foram responsáveis por manter o ciclo de gás quente na nossa galáxia. Por se localizarem nas extremidades da nossa galáxia no bojo ( região próxima ao núcleo ) e por serem bastantes massivas, elas conseguem ajudar a nossa galáxia a não perder muito gás quente. Esse ciclo ocorre naturalmente, mas em algumas galáxias pobres em aglomerados, grande quantidade de gás quente é perdido, restando só a nuvem de gás frio em torno dela.
    Quando isso acontece, essas galáxias não conseguem ionizar grandes regiões e a formação de estrelas e derivados cai. Assim, nessas galáxias há uma dispersão de estrelas e regiões ativas nas extremidades, só restando regiões favoráveis a formação estelar perto do núcleo. Nas extremidades o aparecimento de nebulosas escuras e o acumulo de poeira é mais frequente, aparecendo uma faixa escura e densa em torno dessas galáxias, como é o caso da Galáxia do Sombrero.




   Contudo, o estudo nos aglomerados globulares são bem complicados. Um dos principais fatores é a distância, pois só se localizam nos limites da galáxia, orbitando-a em orbitas excentricas e compridas. Outro problema é a sua localização na esfera terreste, aparecendo só em regiões no extremo Sul e no extremo Norte e perto da faixa da Via Láctea, estas ultimas sendo sujeitas a pegarem muita poeira interestelar dificultando uma vizualização limpa e clara.
   Na maioria desses aglomerados a densidade é elevadíssima, aproximadamente 100 a 1000 estrelas por parsec cúbico, o que tornava o aglomerado um grupo denso e bastante uniforme, caracterizando uma certa homogênidade. Com essas características o aglomerado toma uma forma esférica a eclipsóidal. Alguns aglomerados são tão grandes e densos em  estrelas, como é o caso do Omega Centauri, que possui quase que bilhões de estrelas unidas em menos de 50 persec.! Já outros são pobres em estrelas mas densos em poeira e materia escura, como é o caso da Anã Sargitário. Segue as imagens: 


                            Omega Centauri


                                   Anã Sargitário

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