A galáxia de Centaurus

   A mais de 12 milhões de anos-luz de distância de nós, existe uma galáxia muito peculiar. Uma espiral gigantesca que sustenta um buraco negro supermassivo que emana jatos, que atravessam mais de um milhão de anos-luz. Localizada na constelação de Centaurus, é uma das galáxias mais estudadas pela ESO devido a sua grande quantidade de radiação captada por nossos radiotelescópios. Já conseguiu identificá-la.?! Se você já estudou alguma coisa sobre as galáxias ou sobre buracos negros já deve ter ouvido falar nela: Centaurus A.
   Ela chama a atenção dos astrômonos há anos, desde Edwin Hubble que não conseguiu encaixá-la em na sua Classificação de Galáxias até os dias de hoje com o estudo da radiação de galáxias em Starburst pela ESO, sendo esta a instituição que mais coordena as pesquisas sobre a gigantesca espiral. E, em cordesia, apresenta-nos uma foto dela feita com o instrumento WFI ( Wide Field Imager ), montado no telescópio MPG, de 2,2 metros de espelho do Observatório de La Silla, Chile. 



   Essa imagem possui 50 horas de exposição e é, segundo a ESO, a foto mais profunda da gigante espiral. Nela dá para perceber claramente o seu disco tênue, caracterizando uma região cheia de gás e poeira. Ao longo dessa faixa também se percebe regiões vermelhas, as chamadas nebulosas de emissão onde, provavelmente, localiza-se enormes maternidades de estrelas quentes e massivas. 

    Por outro lado, na região dos jatos, encontra-se estrelas velhas e frias, que emitem altos teores de radiação de longa frequência - como as ondas de rádio. Essas estrelas podem ter sido arremessadas pelo buraco negro ou podem ser uma das provas para comprovar que a Centaurus A é o resultado de uma colisão recente. Ao que os estudos revelam, a quantidade de estrelas nesses jatos é muita para ser culpa só do buraco negro. Então, a teoria que as sustentam é a da colisão recente. 

    Isso poderia explicar vários acontecimentos na galáxia. Como a formação acelerada de estrelas, os jatos do buraco negro e uma faixa de gás e poeira mais densa na região periférica da galáxia. Tudo isso são características de um Starburst, ou seja, a excitação do gás da galáxia por conta de um acréscimo rápido de mais gás ionizado e do efeito da maré criado nas aproximações das duas galáxias. 



    Eu trouxe uma imagem interessante, mostrando o tamanho da mancha que o jato do buraco negro formou no céu noturno. Essa parte, em roxo, é a região em que os radiotelescópios captam ondas de radiação vindas do jato e ao lado é a Lua Cheia, usada só para comparação.

   

Fontes: eso.org
           en.wikipedia.org