Uma Estrela Nova Emerge na Constelação da Bússola

12-07-2011 17:11

T Pyxidis aumenta seu brilho de 15ª para 8ª magnitude e atrai a atenção dos astrônomos.

 Era 1966, quando os Beatles lançavam seu álbum Revolver com sucessos como Yellow Submarine e Roberto Carlos cantava “Eu te darei o céu”, no céu do hemisfério sul os astrônomos acompanharam dois eventos marcantes: o eclipse total do Sol em 12 de novembro (conhecido como eclipse de Bagé) e a erupção da estrela T Pyxidis (a partir de 7 de dezembro). Quase 45 anos depois essa estrela volta à ativa.
 T Pyxidis é uma estrela da constelação austral de Pyxis ( Bússola ). Nos meses de abril e maio é visível ao anoitecer bem próximo do nosso zênite, a leste da constelação do Cão Maior (cuja a estrela mais brilhante é Sírius). T Pyxidis pertence a uma categoria de estrelas conhecida como “Variável Cataclísmica” do tipo “nova recorrente”. Segundo o Atlas do Céu (publicado pela Duetto Editorial), “uma nova é um sistema binário composto de uma estrela gigante orbitada por uma anã branca. A gigante expandiu tanto que o material das suas camadas externas não está mais ligado gravitacionalmente a ela, e precipita-se em direção à companheira anã branca. Após certo tempo, o material acumulado desencadeia uma explosão termonuclear na superfície da anã branca. Esse episódio produz uma elevação na luminosidade da estrela”. Como sua distância é de 3.300 anos-luz, não conseguimos observar as duas componentes do sistema, mesmo durante a erupção ou com o uso de binóculos e telescópio de pequeno porte. A aparência desse sistema é a de um objeto estelar brilhando mais que o normal. E no seu estado normal T Pyxidis brilha na 15ªmagnitude. Mas quando em atividade atinge até a 6ª magnitude, discernível através de um simples binóculo. Como a estrela repetiu essas erupções nos anos de 1890, 1902, 1920, 1944, 1967, ela é classificada como nova recorrente.



Trecho retirado da revista SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL de Junho de 2011 nº 109

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