Um campo de batalha em Fomalhaut

15-04-2012 22:21

     

 O telescópio espacial Herschel, parceria entre a NASA e a ESA, participa de um estudo que envolve um estranho anel  em torno da estrela Fomalhaut. Descoberta desde os anos 80, seu estudo foi adiado de imediato por não possuir tecnologia suficiente para explicar o fenômeno. Mas hoje sabemos que esse anel provem de poeira e grãos de pó que orbitam a estrela. Segundo as imagens do Hubble, essas partículas vão de dezenas de centímetros para alguns poucos quilômetros.
    Contudo, quando as lentes do telescópio Herschel apontaram para a Fomalhaut o resultado foi outro.! Herschel é o maior telescópio no espaço e é responsável por captar ondas da natureza infravermelha. Com isso ele consegue captar o calor gerado de cada partícula e calcular sua concentração, bem como também o tamanho, forma, velocidade e aceleração. E ao analisar os anéis de poeira que orbitavam Fomalhaut se percebeu que eles eram na casa dos milímetros.
   Sabendo-se que tratando da pequena observação cinética do cosmos, o Herschel é muito mais confiável que o Hubble, os dados do Herschel foram oficializados. Mas agora criou-se outro paradoxo, porque partículas desse tamanho seriam facilmente dispersas pelos ventos da Fomalhaut, uma estrela jovem e duas vezes mais massiva que o Sol. Então uma equipe de astrônomos belgas da Universidade de Leuven dedicou seu tempo a resolver o paradoxo.
   Analisando os dados, eles chegaram a conclusão que a poeira era ligeiramente rarefeita e possuía uma agregação muito grande, tomando uma forma mais “fofa” e dando a impressão que seriam maiores para o Hubble e menores para o Herschel. Mas isso não explicaria o porque que elas ainda não haviam sido dissipadas pelo meio. E a única teoria plausível que chegaram para explicar esse fenômeno astronômico é uma constante colisão.
    Um campo de batalha seria a impressão mais clara que se teria desse anel.! Imaginando que seriam corpos do tamanho de cometas se chocando constantemente em uma pequena faixa é algo fora do nosso comum. Com embasamento cientifico, se chega a conclusão que para alimentar esses enorme aglomerados de poeira seria necessária uma colisão entre dois cometas de 10 km, ou duas mil colisões entre asteroides de 1 km por dia.! Considerando que não há objetos maiores que 5 km, é assustador imaginar isso.
   As colisões estariam fornecendo partículas de poeira para o anel, e por isso ele não se dissiparia tão rapidamente. E pelos cálculos, existiria ali cerca de 210 mil a 83 bilhões de cometas se chocando freneticamente. Esse valor é equivalente a quantidade de cometas que temos na nuvem de Oort ( região mais distante do Sol ), agora imagine todos eles em uma pequena faixa.! É outro fenômeno para se apaixonar pela astronomia.!

Fontes: esa.int

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