Supernovas do Tipo Ia

25-08-2011 21:24



  A maioria das pessoas imaginam que supernovas acontecem só com estrelas com massa acima de 8 massas solares. Mas não é bem assim que sempre acontece.! Nos primórdios da astronomia se acreditava que sim, mas hoje sabemos que supernovas também ocorrem com estrelas que, teoricamente, estariam confinadas a uma vida tediosa e tranquila. São as anãs brancas.! Quando olhamos estrelas no final de suas vidas, vemos que seu núcleo começa a fundir materiais pesados com as “cinzas” das fusões anteriores, assim gerando materiais cada vez mais pesados, até que ela encontra o Ferro. O Ferro é um elemento diferenciado, uma vez que ele possui os núcleos mais fortemente ligados da natureza. E então, por esse único motivo, a fusão do Ferro absorve muito mais energia do que libera, assim o núcleo da estrela não consegue sustentar a estrela, levando-a para o colapso. Mas quando uma estrela não possui um nível elevado de massa não há como fornecer a pressão que seria necessária para aquecer o núcleo estelar, fazendo as fusões evoluírem. E então as fusões acabam no Carbono. A estrela expele as camadas exteriores e seu núcleo contrai criando uma anã branca. A partir de então, suponha-se que não há possibilidade da anã branca sofrer qualquer tipo de colapso, a livrando de uma supernova futura, certo.? Errado.! Por mais que faça sentido, a anã branca não está livre de outro colapso.! Elas possuem um limite de massa, e quando esse limite é ultrapassado ela entra em colapso, criando uma explosão tão energética quando uma supernova comum.! Esse limite chamasse de Limite de Chandrasekhar, e é estipulado com 1,44 massas solares. Ou seja, quando uma anã branca consegue atingir uma massa de 1,44 massas solares ela entra novamente em colapso, mas dessa vez, sem saída.! Mas como uma anã branca consegue mais massa.? Simples, grande parte das anãs brancas estão em aglomerados, e nesses aglomerados a chance dela ter tido uma companheira binária é muito grande. Então imaginamos a cena: Um par binário com duas estrelas, uma bem mais velha que a outra. E em certo momento a estrela mais velha, que possui uma massa inferior a de 8 massas solares, entra em colapso se tornando um anã branca. Agora o cenário muda. Possuímos agora uma anã branca e uma estrela orbitando um baricentro. Então a anã branca, por ser mais densa, possui uma gravidade maior, e então ela começa a sugar as camadas exteriores da sua estrela companheira. Que caem na anã branca em espiral. Assim ela vai sugando e ganhando massa à custa da outra estrela, até que ela consiga chegar ao Limite de Chadrasekhar. E então tudo enlouquece ( como tudo na astrofísica profunda ).! O Carbono do seu núcleo emite uma ignição onde uma enorme quantidade de material nuclear escapa da estrela em até 100 pontos diferentes, formando uma bolha. Essa bolha estaria a, pelo menos, 10 bilhões de graus Celsius, se movendo a 10,8 milhões de km/h.! E então ela começa a cobrir a estrela e a comprimir. E quando essa bolha entra em contato com a superfície da anã, onde possui materiais que ainda não foram fundidos, ela colapsa esse material. Como.? Com uma pressão elevadíssima, uma temperatura infernal e com uma radiação incalculável.! A bolha consegue fundir todo a matéria que está em contato com ela ao mesmo tempo, em uma questão de milissegundos.! E quando isso acontece, a anã branca se despedaça em vários pedacinhos.! O processo dura, desde o surgimento da bolha na superfície da anã até o momento da supernova, cerca de menos de 2 minutos.! Isso é uma supernova de tipo Ia. Na minha opinião, surpreendente e perfeita.!  

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