A ação eólica erosiva em Marte

29-03-2012 23:22

 

   Ao observarmos a superfície marciana conseguimos perceber a formações de vales, abismos e algumas estruturas parecidas com leitos de rios. Essa geologia marciana é influência, basicamente, por um só agente exógeno: o vento. Há as chances de ter ocorrido a participação de outros agentes erosivos como a água, fluvial e pluvial, além da própria atividade endógena. Mas estas outras já estão erradicadas a vários milhões de anos.
   Com a extinção da ação dos outros agentes erosivos na superfície marciana, o vento supera os 150 km/h e acaba alterando o relevo marciano de constantemente. Percebemos a criação de vários vales extensos, do movimento relativamente rápido de dunas nas suas planícies, abismos gigantescos em torno de alguns vulcões ( como o Olympus Mons ) e a deformação de algumas crateras. Veja nas imagens abaixo:


                                       Ravi Vallis


                          Cratera no planalto de Tharsis


                                  Dunas Marcianas 

   Mas o vento acaba se manifestando de diferentes maneiras, às vezes criando alguns fenômenos bastantes comuns aqui na Terra, como, por exemplo, tempestades de areia e redemoinhos. Contudo, a diferença na velocidades dos ventos amplificam o potencial dos fenômenos. Os redemoinhos de lá são cinquenta vezes mais largos e dez vezes mais altos que os terrestres, além de poderem durar muito mais tempo ( chegando a quase um dia marciano inteiro ).
   Já as tempestades de areia podem durar até meses, sendo que algumas são tão largas a ponto de encobrirem um hemisfério inteiro, ou até mais.! Algumas dessas tempestades podem ser vistas por telescópios terráqueos de tão magnânimas que elas são.! Elas levantam partículas de poeira a altitudes tão altas que dispersam o calor como se fossem uma camada de ozônio temporária, diminuindo significadamente a amplitude diária.



   Você deve estar se perguntando: se não há um ciclo de evaporação da água, uma atmosfera densa para abrigar nuvens de materiais evaporados e nem correntes marítimas de convergência, como que existem ventos lá.? A resposta está nas calotas polares marcianas. Elas são feitas de água e de dióxido de carbono que ao longo do dia e com o passar das estações do ano, evaporam e migram em direção a regiões mais frias. Essa migração dará como resultado os ventos marcianos.
   Como se é de imaginar, quando Marte está com o polo sul virado para o Sol ( Verão ) o polo norte estará mais distante do Sol e receberá menos calor ( Inverno ). Com o calor demasiado na calota sul, parte dela, principalmente a parte de dióxido de carbono, irá evaporar e procurará o polo norte já que está mais frio, se condensando lá. Essas trocas acontecem diariamente, assim pode-se perceber um “derretimento” na calota sul, enquanto o norte sofre um processo de “acresção”.

 

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